Em agenda na Conferência do Clima da ONU (COP 27) na segunda-feira, 14,, a deputada federal eleita Sônia Guajajara (PSOL) declarou que, até o momento, a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) não foi incluída nas discussões do governo de transição do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em especial sobre a construção do novo Ministério dos Povos Originários, que foi confirmado por meio de portaria há quatro dias.
Essa é uma das questões citadas em uma carta com propostas e recomendações que a Apib formulou e entregará nesta semana a Lula, durante a programação da COP 27, que está sendo realizada em Sharm El Sheikh, no Egito, até sexta-feira (18).
Importante figura nacional da luta pelos povos indígenas, Guajajara disse que a ideia do Ministério dos Povos Originários vem sendo repercutida "a cada dia na mídia, mas nós (povos indígenas), os maiores interessados, ainda não fomos convidados para compor a equipe de transição". A deputada eleita enfatizou ainda a expectativa que tem de que, no governo Lula, sejam firmadas condições para que os povos indígenas criem seus próprios protocolos de consulta e que esses protocolos possam ser respeitados. “É muito importante que haja o processo de consulta, para que a gente possa construir como, de fato, vai ser esse Ministério", concluiu.
Aliada de Lula durante a campanha presidencial, Sônia Guajajara é, inclusive, uma das maiores apostas da sociedade civil para comandar a pasta.
Primeira índigena eleita deputada federal no Brasil, Joenia Wapichana também esteve na programação e reforçou seu compromisso em contribuir com o mandato do presidente Lula, mesmo não tendo sido reeleita, e concordou com Guajajara sobre a relevância dessa participação política. "Nós queremos, sim, participar desse governo, mas com respeito e dignidade, falando de igual para igual", discursou.