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Origens

Como nasceu a COP, o maior fórum global sobre clima

Confira o histórico da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, que chega à sua 27a edição este ano.

Alice Martins

Direto de Sharm El Sheikh, no Egito

11/11/2022

A Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas ficou conhecida pela sigla COP porque originalmente é chamada de Conferência das Partes (COP), referindo-se às “partes” que firmam um importante compromisso ambiental nos últimos 30 anos. A origem do evento vem de um tratado assinado em 1992 por países do mundo todo.

A história começa no Brasil. O documento foi assinado durante a Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e Desenvolvimento, realizada no Rio de Janeiro. Conhecido também como Eco-92 ou Rio-92, o evento foi um divisor de águas para a forma como o mundo olha para o meio ambiente e as mudanças climáticas. Naquela época, há trinta anos, não era tão comum que a imprensa colocasse termos como “ecologia” em pauta, por exemplo. Mas, a partir dali, o assunto se tornou cada vez mais relevante.

Um dos eventos que marcou a Eco-92 foi que, pela primeira vez, houve uma expressiva participação das organizações não governamentais (ONG) no centro das discussões, prática que permanece nos fóruns mundiais até hoje.

Outro avanço importante foi a assinatura de diversos tratados. Um deles, assinado por 189 países, firmou o compromisso global de fazer esforços contínuos e multilaterais para continuar lidando com as mudanças climáticas de forma responsável e colaborativa. A partir do documento, nasceu a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC), que, basicamente, tem a responsabilidade de garantir que as discussões da Rio-92 não parassem naquele momento.

Além de estabelecer obrigações para todos os países signatários (chamados de Partes da Convenção), o tratado deixou claro também a importância de considerar as diferentes realidades dos países no momento de formular os acordos, um detalhe que faz toda a diferença ao tentar tornar as negociações mais justas para países subdesenvolvidos.

Brasil nunca hospedou o evento

Apesar de ter sido palco para a criação da COP, o país tupiniquim nunca sediou a conferência. Em 2019, o Brasil teve a oportunidade de ser a sede, mas o governo em exercício declinou e a edição acabou sendo realizada em Madri, na Espanha. Os Estados Unidos, mesmo tendo um papel estratégico na assinatura de acordos, também nunca foi anfitrião.

Pandemia - Desde sua primeira edição, em 1995 em Berlim (Alemanha), o evento foi realizado anualmente, sem falta, à exceção de um fatídico ano: 2020. Devido à pandemia do coronavírus, o evento foi adiado para 2021, quando de fato houve a edição 26, em Glasgow (Escócia).

Mais da metade das cidades-sede são da Europa 

Catorze das 27 sedes da história da COP são da Europa. A cidade alemã Bonn foi a que mais assumiu a posição de anfitriã, com três edições, sendo uma em conjunto com Haia (Holanda).

Em seguida na representatividade de continentes, está a África, com cinco edições, e a Ásia, com quatro. Na América do Sul, apenas três edições foram feitas - sendo duas em Buenos Aires. Já na América do Norte foram duas edições e a Oceania nunca sediou o evento.