São quase 200 imagens que levam os visitantes para dentro da floresta amazônica, em uma incursão por seus rios, sua biodiversidade exuberante e seus povos, representados por indígenas de diferentes etnias.
As imagens, em preto e branco, são resultado de sete anos de registros do fotógrafo mineiro Sebastião Salgado na Amazônia brasileira. E, expostas em grandes painéis no Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro, convidam os visitantes “olhar nos olhos” de indígenas dos povos Yanomami, Awá-Guajá, Zo'é, Suruwahá, Yawanawá, Marubo, Asháninka, Korubo e Macuxi, e a refletir sobre a vida e sobre o ecossistema amazônico, tão rico e tão impactado pela ação humana. Um convite que mexeu bastante com a médica baiana Rosa Aurich.
“(A exposição “Amazônia”) faz com que todos nós entendamos essa noção de pertencimento que temos ao caminhar por aqui, ver, sentir, se emocionar e se arrepiar ao ver de onde nós viemos”, afirma Rosa, também é estudante de Filosofia e esteve na exposição acompanhada do marido e dos três filhos. “O autor traz a reflexão da importância de a gente voltar a compreender que nós fazemos parte do todo. Então, se algo sai do lugar, se algo é desconstruído, nós todos vamos sofrer com isso”, concluiu.
A mostra foi idealizada e concebida por Lélia Wanick Salgado. No acervo, também estão algumas imagens, até então, inéditas. Antes do Rio de Janeiro, “Amazônia” passou por Paris, Roma e Londres, na Europa, e também por São Paulo. Em declaração divulgada pelo Museu do Amanhã, Sebastião Salgado destaca que a mostra “tem o objetivo de alimentar o debate sobre o futuro da floresta amazônica. É algo que deve ser feito com a participação de todos no planeta, junto com as organizações indígenas.”
Diversidade - Além das imagens impressas, a exposição conta ainda com espaços com projeções de fotografias - destaque para uma composição de retratos de indígenas, em meio ao seu cotidiano. Aliás, a diversidade dos povos indígenas foi o que mais chamou a atenção do engenheiro pernambucano Helder Rodrigues. “A gente tem uma visão que os povos de lá são muito iguais. E, aqui, na exposição, eu estou conseguindo observar muito claramente essa diversidade entre eles. Então, é muito importante esse resgate cultural, dá uma pontinha de esperança de que isso se perpetue”, afirmou”.
A exposição “Amazônia” pode ser visitada no Museu do Amanhã até 29 de janeiro de 2023. Os ingressos podem ser adquiridos no site do museu.
Sobre o autor* - Sebastião Salgado é um dos maiores nomes da fotografia mundial. Ele nasceu na cidade de Aimorés, em Minas Gerais, em 8 de fevereiro de 1944. É formado em Economia, mas começou a atuar como fotógrafo nos anos 70. De 1993 a 1999, dedicou-se a registrar em fotos o fenômeno global de desalojamento em massa de pessoas, que resultou nos trabalhos Êxodos e Retratos de Crianças do Êxodo, publicados em 2000 e aclamados internacionalmente. Ao lado da esposa, a arquiteta Lélia Wanick Salgado, é o fundador do Instituto Terra, organização não governamental (ONG) que atua como centro de recuperação ambiental, com sede em Aimorés, onde administra a Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Fazenda Bulcão, uma área de 608,69 hectares de Mata Atlântica degradada que foi recuperada pelo casal.
*Texto da biografia do autor com informações do site Wikipedia