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COP 27

ONU e Consórcio Amazônia criam fundo de U$ 300 milhões para apoiar o desenvolvimento sustentável

“É inaceitável que as pessoas vivam na área de maior riqueza do mundo e convivam com tanta pobreza material”, afirma Silvia Rucks, da ONU.

Daniel Nardin

Direto de Sharm El-Sheikh, Egito

16/11/2022

A Organização das Nações Unidas (ONU) no Brasil assinou nesta terça-feira (15) com o Consórcio Interestadual da Amazônia Legal um fundo para receber aportes de recursos da ordem de U$ 300 milhões que possam ser aplicados em projetos de desenvolvimento sustentável na região amazônica.

O documento foi assinado durante a COP 27, por Silvia Rucks, coordenadora residente do Sistema ONU no Brasil; Maria Helena Semedo, diretora Geral Adjunta da FAO, a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a diretora da Divisão de Ecossistemas do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), Susan Gardner. Pelo Consórcio da Amazônia Legal, assinaram os governadores Helder Barbalho, do Pará, e Mauro Mendes, do Mato Grosso.
Conforme consta no documento, o fundo constitui um “mecanismo programático financeiro para apoiar o desenvolvimento da Amazônia de forma integrada e cooperativa entre a ONU e o Consórcio”.

Segundo Silvia Rucks, o mecanismo é um fundo que vai receber contribuições para apoiar iniciativas na região, em conjunto com as Nações Unidas e o Consórcio dos Estados. “Hoje é um dia histórico para as Nações Unidas no Brasil, mas, também, para o Consórcio da Amazônia Legal. O mecanismo assinado vai receber propostas de programas, de projetos para o desenvolvimento sustentável para a Amazônia. Propostas sociais, ambientais, econômicas que levarão à preservação da Amazônia, mas, o que é muito importante para todos nós, é o olhar para as pessoas que vivem e moram na região amazônica. Projetos que possam melhorar a vida das pessoas, com saúde, educação, emprego e renda para quem mora nas cidades e nas áreas rurais da Amazônia”, destacou Silvia.

Para Helder Barbalho, governador do Pará, a parceria vem no sentido de apoiar as iniciativas para auxiliar a fiscalização, mas, especialmente, desenvolver novas atividades econômicas com mais sustentabilidade. “É muito importante através desse fundo, que já tem aportado 300 milhões de dólares, em que a ONU se apresenta para construir junto com os Estados da Amazônia brasileira o financiamento climático, o combate ao desmatamento ilegal, a política de monetização da floresta viva, com bioeconomia e biodiversidade, junto com as comunidades e construindo as condições para que nós possamos ter esse modelo de desenvolvimento sustentável e social em nossa região”, afirmou Helder.

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Parceria é voltada para apoiar o desenvolvimento sustentável - Foto: Tarso Sarraf

Já existem 13 instituições interessadas em conhecer mais sobre o fundo 

Atualmente, de acordo com Silvia Rucks, o Sistema das Nações Unidas no Brasil tem 34 agências com programas e todas vão estar disponíveis para cooperar com a iniciativa. Além disso, já existem treze instituições com interesse em conhecer mais sobre o fundo e contribuir com programas de desenvolvimento na região. “Para executar essas iniciativas, que são palavras, e transformar em ações, precisamos de recursos. E hoje também abrimos fundos para receber doações de países, de organismos e diferentes tipos de doadores que estão interessados em apoiar o desenvolvimento sustentável na região. Hoje assinamos e já existem treze países e organizações que manifestaram interesse em contribuir para o fundo das Nações Unidas e do Consórcio, isso gera uma expectativa muito grande”, afirmou.

Para ela, os recursos serão aplicados no sentido de promover alternativas econômicas e projetos que busquem desenvolver a região e reduzir os índices de pobreza. “Vamos trabalhar alternativas econômicas e inclusivas que permitam que as pessoas tenham vida digna. A Amazônia Legal tem quase 30 milhões de pessoas, a maior riqueza do mundo, mas concentra os piores índices de pobreza e índice de desenvolvimento humano e a mais alta taxa de insegurança alimentar do país. É inaceitável que as pessoas vivam na área de maior riqueza do mundo e convivam com tanta pobreza material”, afirmou Silvia