Fotógrafa: Bia Marchiori - Viveiro Camta
CONTEÚDO DE MARCA

Maior proteção ambiental através de mapeamento de negócios sustentáveis

Fundo Vale investe na seleção e aceleração de negócios agroflorestais que tenham capacidade de ampliar ganhos sociais, econômicos e ambientais

Fabrício Queiroz / Especial para O Liberal

10/09/2022

Os serviços ambientais prestados pelas florestas nativas são de grande contribuição para frear os efeitos das mudanças climáticas no planeta. Por isso, a conservação desses locais é tida como estratégica e integra o conjunto de propostas para os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), uma agenda de compromissos proposta pela Organização das Nações Unidas (ONU) que visa combater os principais desafios sociais, econômicos, educacionais e ambientais do mundo até 2030.

Em alinhamento com esses objetivos, governos e empresas têm criado suas próprias iniciativas para o enfrentamento dessas questões. É o caso da Vale, que mantém projetos de conservação e preservação da biodiversidade em áreas ameaçadas, em consonância com o fomento ao desenvolvimento produtivo e social das comunidades envolvidas.

Atualmente, a mineradora já ajuda a proteger um milhão de hectares na Amazônia e na Mata Atlântica e estabeleceu uma meta florestal de mais 500 mil hectares até 2030. Desse total, 400 mil hectares serão viabilizados em parcerias com unidades de conservação federais, estaduais ou municipais ou com o apoio, por meio do Fundo Vale, a projetos de Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal (REDD+), que focam na geração de créditos de carbono e no impacto socioambiental positivo, visando a diminuição dos índices de desmatamento, por exemplo.

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Vale vai apoiar a proteção de mais 500 mil hectares de floresta até 2030. Desse total, 100 mil hectares serão em negócios de impacto socioambiental. (Divulgação / CAMTA)

Já a proteção dos outros 100 mil hectares deve ser realizada com o incentivo a negócios regenerativos. Para isso, a empresa realizou um mapeamento de negócios agroflorestais no Brasil em busca de soluções de impacto positivo, que demonstrem potencial de crescimento de cadeias produtivas sustentáveis, a ampliação das oportunidades de geração de emprego e renda e a contribuição para a recuperação de biomas.

No total, foram 69 projetos inscritos e três propostas pré-selecionadas para serem integradas ao portfólio da Meta Florestal Vale. São elas: a Cooperativa Agrícola Mista de Tomé-Açu (CAMTA), um empreendimento de comercialização de polpas de frutas regionais e derivados; a Futuro Florestal, uma empresa que atua na implantação, gestão, consultoria e assessoria de reflorestamento para produção de madeira nobre de forma sustentável; e a Radix, uma greentech focada na oferta de opções de investimentos verdes.

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Juliana Vilhena aponta a contribuição que os sistemas agroflorestais podem trazer para a Meta Florestal Vale 2030.

“A CAMTA, por exemplo, apresentou grande potencial de impacto social, a Radix por ser um modelo que combina tecnologia e manejo florestal para restauração de áreas degradadas e a Futuro Florestal por ter o foco na silvicultura com uma maior variedade de espécies para reflorestamento, inclusive nativas”, comenta Juliana Vilhena, líder de gestão de impacto e inovação socioambiental do Fundo Vale.

A gestora pontua que, após a pré-seleção, o potencial de crescimento e a capacidade de expansão de áreas de reflorestamento serão analisados em uma nova etapa, que deve definir o valor a ser investido de acordo com a capacidade operacional de cada negócio. “A ideia é fazer uma etapa de teste de modelo com expansão entre 30 e 100 hectares, que chamamos Prova de Conceito. O processo de avaliação de novos negócios é composto por várias etapas – do compliance à análise financeira, passando por questões técnicas e de gestão do negócio. Ele é realizado por um comitê com profissionais da Vale e de parceiros do Fundo Vale”, complementa Juliana Vilhena.

No município de Tomé-Açu, nordeste paraense, os sistemas agroflorestais (SAFs) já são adotados pelos agricultores locais. Nesse processo, espécies agrícolas podem ser consorciadas com árvores de interesse madeireiro e frutíferas, oferecendo uma estratégia eficiente para produção de alimentos, proteção do solo e recuperação ambiental. 

“A gente já domina essa tecnologia há uns 30 anos. Temos, por exemplo, um viveiro de mudas, em que estamos chegando à nossa capacidade que é de produção de 500 mil mudas. Eles apostaram na recomposição de áreas degradadas e tem uma proposta bem interessante e robusta. Pretendemos avançar com o SAF em 100 hectares e ir aumentando ano a ano, atendendo inicialmente 10 produtores”, afirma Vicente Moraes, engenheiro agrônomo da CAMTA.

De acordo ele, a oportunidade de integrar o rol de projetos selecionados apresenta boas perspectivas para fortalecer uma experiência que já demonstrou êxito em aspectos econômicos, sociais e ambientais. “Em cada cinco hectares com SAFs se emprega uma pessoa, então tem um ganho social muito grande. Temos também uma indústria de processamento que manda um produto pré-processado para o mercado e isso gera mais empregos na cidade. Além de que na parte ambiental, tem o benefício de que as árvores podem ficar de 30 a 40 anos sequestrando carbono”, destaca Moraes sobre as vantagens do procedimento.

Os três projetos pré-selecionados no mapeamento de negócios agroflorestais podem se somar aos outros cinco já apoiados via Meta Florestal Vale 2030. Por meio do apoio à Inocas, Belterra, Caaporã, ReGenera e Bioenergia, a empresa finalizou o ano de 2021 com 6.178 hectares de plantio. E, neste ano, novos investimentos estão sendo viabilizados visando a aceleração, o amadurecimento e o crescimento com base nas necessidades de cada um.

“No longo prazo buscamos articular com investidores novos arranjos de investimento, como o blended finance para reduzir o risco de investimento, e buscamos articular com off takers para possibilitar o arranjo de acordos estratégicos baseados na cadeia de valor, como a garantia de compra de produtos, a antecipação de receitas, entre outros benefícios”, ressalta Juliana Vilhena.