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Propostas para a Amazônia

Soraya volta a defender imposto único para gerar empregos

Candidata do União Brasil à Presidência da República foi entrevistada por jornalistas da Amazônia

O Liberal

11/09/2022

A senadora e candidata à Presidência Soraya Thronicke (União Brasil) respondeu, na sexta-feira, 9, à sabatina “Propostas para a Amazônia - Rodada de Entrevistas com os candidatos à Presidência da República”, projeto do Grupo Liberal em parceria com oito veículos dos estados da Amazônia Legal. Na entrevista, a senadora disse que antes de demarcar mais terras indígenas é necessário dar condições aos povos que já possuem áreas demarcadas. Ela voltou a prometer aos professores isenção de Imposto de Renda e que o imposto único não vai significar perda de arrecadação. 

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Na entrevista desta sexta, Thronicke foi questionada sobre a insegurança na navegação, devido ao acidente com embarcação vitimando 18 pessoas próximo à ilha do Cotijuba, no Pará. Ela se disse chocada e triste e afirmou que o acidente com uma embarcação clandestina deixa patente a falta de fiscalização na Amazônia. Ela observou que fatos como esse podem interferir no turismo na região. 

Para a senadora, no tema meio ambiente, não é possível avançar sem um planejamento que comece pela regularização fundiária “para separar o joio do trigo, pois com as áreas tituladas a gente consegue identificar quem são os proprietários, para poder separar quem produz de forma legal e quem reproduz de forma ilegal, podendo responsabilizar essas pessoas”. 

Indagada sobre o Fundo Amazônia, que está com recursos congelados por países europeus, ela disse que hoje “o mundo tem hoje consciência do que é a Amazônia, só que a Amazônia é nossa. E a nossa soberania tem que ser respeitada”. Sobre o fundo em si, ela explicou que fazia parte da base do governo e que lhe foi explicado que os países não prestavam contas sobre os recursos ou se as organizações não governamentais (ONGs) que recebiam faziam trabalho sério. Mas destacou que hoje essa transparência falta ao governo federal, “que precisa nos dar uma resposta”. 

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INDÍGENAS - Soraya Thronicke também falou sobre a questão indígena e a demarcação de terras. Ela disse que comunidades indígenas foram largadas à própria sorte pelos governos: “Eu frequento aldeias. Vejo um estado de pobreza muito grande, de vulnerabilidade. Há lugares onde não tem água; não conseguiram levar água para as casas, então, eles reclamam, e eu vejo isso”.

Thronicke disse que tem feito muitas críticas em relação a “tirar autonomia de órgãos essenciais, não acreditar em órgãos do governo que têm demonstrado que conseguem extrair dados fidedignos para todos nós. E aí entramos nessa questão de território indígena”. 

“O que eu tenho visto é decidirem políticas públicas para determinados setores, para determinada parcela da população, sem conversar efetivamente com essa população. Lógico que eles têm porta-vozes, que eles têm seus líderes. Mas acontece que alguns líderes, como acontece na própria comunidade indígena, já estão envolvidos politicamente, então, eles pensam muitas vezes em si e não nos indígenas”, destacou. 

Segundo a candidata, a população indígena tem que fazer o que ela quiser e não o que os outros querem que ela faça. “Primeira questão é que todos os indígenas são brasileiros e, assim como nós, têm o direito de conservar a sua cultura, fazer tudo o que sempre fizeram. Mas, também, concomitantemente, trabalhar e prosperar. Parece que existe alguma trava, algum freio de mão que não permite que eles se desenvolvam”, disse. 

SAÚDE - Sobre saúde, Soraya afirmou que é preciso acabar com as filas do Sistema Único de Saúde (SUS), que ficaram maiores devido à atenção ao controle da pandemia de covid-19. Mas ela afirma que o enfrentamento da doença também apontou algumas soluções, como a telemedicina e o papel do setor privado. “Temos que continuar agregando a iniciativa privada, que tem uma parte ociosa, e pode ser complementada pelo poder público”. Ela disse que dentro do plano de governo do União Brasil, “daríamos prazos para que o poder público cumpra a realização de consultas, exames, cirurgias. Acabando esses prazos, se não cumprir, a pessoa vai receber um voucher para que ela consiga ser atendida pela iniciativa privada”. 

A candidata do União Brasil também defendeu a criação de infraestrutura na Amazônia e no Brasil, com o desenvolvimento de mais ferrovias e investimento em hidrovias. 

Na segurança pública, ela afirma que é fundamental a Polícia Federal ser autônoma, e prometeu que lutaria por um mandato do diretor geral do órgão que não coincidisse com o do presidente da República. 

Thronicke também explicou como seria a principal proposta de governo dela, o imposto único, substituindo 11 tributos federais por um imposto só de alíquota de 1,26 “para criar novos postos de trabalho” e sem perda de arrecadação, pois, segundo ela, haveria só uma redistribuição, fazendo com que quem movimentasse mais dinheiro pagasse mais e quem movimentasse menos, pagasse menos. 

Ela prometeu também que empresas que estão na dívida ativa possam trocar o débito por geração de emprego. Ainda na área econômica, disse que quem ganhar até 5 salários mínimos ficaria isento do Imposto de Renda, e que toda a população assalariada deixaria de pagar o INSS. “Quem ganha até R$ 6.060 não vai mais ter aqueles descontos na folha, de Imposto de Renda e INSS. Esse dinheiro vai inteiro e líquido para o bolso do trabalhador. E, assim, a gente pretende reaquecer a economia”, disse. 

A senadora voltou a dizer também que em um eventual governo dela, todos os professores ficariam isentos de imposto de renda.

Outras entrevistas - Antes de Soraya Thronicke, foram entrevistados, por ordem definida em sorteio, Felipe D’Avila (Novo) e Ciro Gomes (PDT). Luiz Inácio Lula da Silva (PT) alegou incompatibilidade de agenda e desmarcou a sabatina. A entrevista com o candidato Jair Bolsonaro (PL), inicialmente agendada para o dia 12 de setembro, foi remarcada para o próximo dia 26, no mesmo horário, atendendo a um pedido da assessoria do candidato. Com isso, também será aberta novamente à assessoria do candidato Luiz Inácio Lula da Silva, a possibilidade de escolher uma nova data. 
Já a entrevista com Pablo Marçal (PROS), que, mesmo tendo a candidatura negada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) havia afirmado que recorreria até a última instância, foi cancelada após Marçal anunciar, no último fim de semana, que decidiu agora concorrer a deputado federal por São Paulo. A entrevista que estava marcada para 14 de setembro, com Simone Tebet (MDB), também foi adiada, a pedido da assessoria da candidata, para uma data a ser decidida.

As entrevistas começam às 12h30, têm uma hora de duração e transmissão ao vivo em OLiberal.com, Rádio Liberal FM e redes sociais. Além do Grupo Liberal, participam da série os veículos Imirante, do Maranhão; A Crítica, do Amazonas; Diário da Amazônia, de Rondônia; Gazeta do Cerrado, do Tocantins; Gazeta Digital, do Mato Grosso; Roraima em Tempo; Gazeta do Acre; e Diário do Amapá. Cada veículo faz uma pergunta a cada candidato e todas as entrevistas contam com interpretação na língua brasileira de sinais.